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REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo procede-se à revisão da literatura relevante que fundamenta este projeto de investigação. Discute-se o "estado da arte" em torno dos temas das redes sociais, pegadas digitais, plataforma, web 2.0., com referência a definições, projectos e iniciativas emblemáticas ou mais relevantes.

O que é Web 2.0?

A Web 2.0 consiste numa segunda geração de comunidades e serviços, tendo como conceito a "web como plataforma", envolvendo wikis, aplicativos baseados em redes sociais e Tecnologia de Informação (O'Reilly, 2005).
 

Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva (O'Reilly, 2005).


 

Quando se fala da Web 2.0 refere-se não só a uma combinação de técnicas e tecnologias informáticas, mas também a um determinado período tecnológico, a um conjunto de novas estratégias metodológicas e a processos de comunicação mediados pelo computador. A Web 2.0 tem repercussões sociais importantes, que potenciam processos de trabalho coletivo, de troca afetiva, de produção e circulação de informações, de construção social de conhecimento apoiada pelas Tecnologias de Informação e da Comunicação Carvalho, (2008)..

2.1.2- Aplicações Web 2.0 e suas Caraterísticas

Para o autor Anderson (2007) descrever a Web 2.0 é ter como referência um grupo de tecnologias associadas a termos como: blogs, wikis, podcasts, RSS feeds, etc., que facilitam a conexão da sociedade à Web onde todos são capazes de publicar e editar informação.
O desenvolvimento das aplicações Web 2.0 está relacionado com a evolução e progresso tecnológico. As aplicações Web 2.0 usam um conjunto de tecnologias que as tornam mais interativas e sofisticadas, com interfaces mais rápidas e fáceis de utilizar, enriquecendo assim a experiência do utilizador, das quais se destacam AJAX (Asynchronous Javascript And XML), API (Application Programming Interface) e Web Syndication.

 

Estas ferramentas permitem implementar um vasto leque de aplicações Web 2.0, particularmente aplicações para criação de redes sociais (Facebook, Linkedin, Ding, Delicious, Hi5, Twitter, etc.), que pressupõe um espaço comum de comunicação e de interação digital, de um conjunto de pessoas com necessidades e interesses idênticos.
 

De acordo com (Mazman & Usluel, 2009), devemos avaliar as potencialidades de contextos espontâneos e informais que ocorrem na Internet, pois a e-aprendizagem informal, em virtude da utilização generalizada de redes sociais, está a despertar grande atenção por parte dos utilizadores, podendo proporcionar várias vantagens para o contexto educacional, como a personalização, a colaboração, a partilha de informação, a participação ativa e o trabalho colaborativo.
 

Como muitos conceitos relevantes, o conceito Web 2.0 não tem um limite rígido, mas sim, um núcleo gravitacional. Pode-se visualizar o conceito Web 2.0 como um conjunto de princípios e práticas que formam em conjunto um verdadeiro sistema solar de Web sites que demonstram alguns ou todos esses princípios, a uma distância variável a partir desse núcleo (O'Reilly, 2005).
 

2.1.3- Plataforma Digitais
 

Os serviços das redes sociais são utilizados na maioria das vezes para manter contacto entre amigos atuais, reencontrar e criar novas amizades, e permitem aos utilizadores manter ou estabelecer um laço, relações sociais entre si. Através dessas redes, os utilizadores podem partilhar fotos, vídeos, música etc. Cada vez mais os serviços das redes sociais são utilizados como formas de encontrar e estabelecer contactos comerciais e profissionais. Em baixo seguem-se alguns exemplos de serviços das redes sociais: Facebook, iTunes U, linkedin, Twitter, Youtube, Flickr, Slideshare, Hi5, Digg, Delicious, Issuu, Vimeo e Google+.(...)
 

2.2 O que é identidade on-line
 

O processo tem início desde a existência do ser humana na face da terra. "O sexo, a raça, a cultura, a localização e os laços familiares constituem os alicerces da nossa identidade e da forma como somos perspetivados pelo mundo que nos rodeia e no qual vivemos. Este processo de construção da identidade é contínuo e, eventualmente, este processo passa a desenvolver-se através das nossas respostas e reações face às experiências e estímulos que temos ao longo da vida" Alexandre Neves (2011) pag 32.
 

O interessante e novo para perceber é que a identidade é algo que os grupos fazem. A identidade é emergente, nós não estamos habituados a esta forma de pensar a identidade; preferimos pensar que somos nós os construtores da nossa própria identidade, através das nossas ações dentro do nosso ambiente escolhido Benjamin N.&. Cardozo (2004).

A identidade do ponto de vista das questões relacionadas com a identificação, em documentos como o passaporte, carta de condução ou qualquer outro tipo de documento cujo intuito seja identificar a identidade do indivíduo, ou ainda, do ponto de vista tecnológico, explorando mecanismos como os de autenticação, identificadores e outros meios de comprovar a identidade em contexto onlineHagite (2012)..

 

2.3 Gestão de identidade on-line

Os utilizadores da internet tornaram-se confiantes com a ideia da autoria e publicação de conteúdo online, eles tornaram-se também mais conscientes das informações que permanecem ligadas ao seu nome e da vasta gama de dados que compõem a "informação pessoal" na era dos média on-line. São quase impossíveis de quantificar ou ordenadamente definir, nome, endereço, número de telefone e são apenas o básico num mundo onde voluntariamente postar conteúdos pessoais, tais como texto, fotos e vídeo tornou-se um marco de pertença na era da Web participativa. Mary Madden, Susannah Fox, Pew Internet e American Life Projeto (2007).
 

2.3.1 A maioria dos utilizadores da internet não tem a certeza de quais as informações pessoais que estão disponíveis online:
 

Cerca de um terço dos utilizadores da internet dizem que as informações que estão disponíveis online são: o seu endereço de e-mail, endereço de residência, número de telefone de casa, ou do empregado. Um quarto a um terço dos utilizadores de internet diz que não sabem se esses dados estão disponíveis online.
 Um quarto dos utilizadores da internet diz e tem consciência que uma foto, os nomes dos grupos aos quais pertencem, ou coisas que eles escreveram que têm o seu nome aparecem online.
 Poucos utilizadores de internet dizem que a sua filiação política, número de telefone, ou vídeos deles aparecem online.
Em entrevistas com a Pew Internet Project, defensores da privacidade e pesquisadores profissionais argumentou que muitos desses dados disponíveis são de fato sobre a maioria das pessoas, seja na Web ou aberto em determinadas bases de dados on-line.

2.4 Pegada digital
 

Esta noção apareceu primeiro e foi chamado de " slug trail" (Negroponte, 1996), mais tarde Tim O'Reilly chamou de "data exhaust". A noção foi usada só então definir as informações que permaneceu depois de navegar na internet. O conceito de pegada digital pode ser definido como todas as marcas deixadas por um indivíduo ao utilizar qualquer ferramenta, serviço, ou aplicação através de um dispositivo ligado à internet, ao contrário de pegadas deixadas na areia da praia, os nossos dados on-line trilhas, muitas vezes vão ficar por muito tempo, mesmo depois da  “maré baixar”.  Segundo o relatório da PEW Internet (2007), a pegada digital de um indivíduo pode ser classificada como sendo passiva ou ativa. A primeira representa as pegadas recolhidas e registadas sobre ações efetuadas pelo utilizador sem a sua consulta prévia. A pegada digital ativa, por sua vez, é a criada pelo utilizador de forma consciente e com o intuito de partilhar informação pessoal(Fish, 2010).

 

Quase metade de todos os utilizadores de internet (47%) têm procurado informações sobre si mesmo, online, em comparação a apenas 22%, conforme relatado pelo Pew Internet Project, em 2002. Os utilizadores mais jovens (menores de 50 anos) são mais propensos à auto-análise do que aqueles com 50 anos ou mais. Tendo em conta a quantidade de homens e mulheres da pesquisa que procuram informações sobre si mesmo, podemos ver que este número é igual, mas aqueles com níveis mais elevados de educação e ordenado são consideravelmente mais propensos a monitorar as suas identidades on-line usando um motor de busca, são por isso mais informados o que leva a uma “postura” mais cautelosa.
 

Todo este processo é uma consequência do novo mundo da Web 2.0 onde essas pegadas digitais, São “carteiras online” de quem somos, o que fazemos e, por associação, o que sabemos, carteiras essas cada vez mais entrelaçadas no tecido de quase todos os aspectos de nossas vidas. Existe por isso uma grande probabilidade de que toda a sua informação, sua escola, seus professores, ou seus alunos, enfim toda a sua vida, já estarem sendo Googled numa base regular, com informações a partir de notícias, posts blogs, vídeos do YouTube, fotos do Flickr e grupos do Facebook. Todo estre processo, ao qual o utilizador não tem acesso, pode ser benéfico, mas pode também ser prejudicial, pois os dados que estão guardados podem não abonar em nosso favor, e na maioria dos casos, está fora do nosso controle. Will Richardson (2008)(...)

 

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